O tenente
FimDaPicada foi convocado aos salões do inferno. Chegando lá, foi
ter com um enviado do submundo. Ele lhe disse que tinha uma
missão. Uma missão onde não poderia haver falhas. O alvo era uma
gigante, e estava sendo testado por ordens superiores. O tenente era o homem para essa missão. O tenente disse poderia considerar feito. Ele, então, se dirigiu a sua tropa e
começou os preparativos:
-Soldado
FurorDeSangue.
-Sim,
tenente.
-Você
fica com a orelha. Tome cuidado, pois o inimigo tem crescido e fica
mais ágil.
-Sim
senhor!
-Soldado
MordidaLigeira, você fica com a perna.
-Sim
senhor!
-Faça
um bom trabalho e deixe a marca do pelotão, soldado. Contamos com
você.
-Sim
senhor.
-Soldado
AsasDaMorte.
-Eu,
tenente.
-Eu
quero que você ronde todo o perímetro. Vamos deixar esse bastardo
sem sono.
-Sim
senhor, tenente senhor!
-Senhores,
se preparem para o banquete dos deuses.
Os
soldados gritam em coro.
João
havia chegado da faculdade exausto. Suas costas ardiam de tanto uso
e seus pés choramingando de tanto esforço por ter ficado
trabalhando em pé o dia inteiro. E ainda tinha a merda desse ar
condicionado que não funcionava. Não teve outro jeito: Ligou o
ventilador, abriu a janela e deu um pequeno voo em direção a cama.
-Pelotão,
avançar! - Disse o tenente.
-Tenente,
o ventilador está ligado.
-Continue
soldado. Missão dada é missão cumprida.
Um
zumbido passou pela orelha de João.
-Cuidado,
FurorDeSangue, o inimigo começará o ataque!
-Está
tudo sobre o controle, tenente.
-Tenente,
o inimigo ainda está usando os jeans!
-Pro
braço, MordidaLigeira, Pro braço. Vai, vai, vai!
Depois de
quinze minutos lutando contra o calor, a fatiga e zumbidos, o
estresse foi tanto que a única coisa que João conseguia fazer era
rolar na cama de um lado para o outro, gemendo. Seu colega de quarto, com quem dividia o apartamento recentemente, chegou a imaginar que João
estivesse com companhia, ou com sua mão. Mas logo
ele mudou de ideia, pois acabou se assustando com o que parecia ser
um homem morrendo. Correu para o quarto, bateu na porta gritou:
-Está tudo bem?
-Está tudo bem?
Porém,
ele não foi houvido, pois no mesmo instante, João gritou com toda
sua raiva e frustração, desabafando tudo o que dera de errado na
sua vida. Ele gritou por todos que sofrem do mesmo mal, todos que
perdem o sono. Ele gritou, assim como Cristo quando ele salvou todos
os homens e mulheres da Terra:
-Caralho de mosquito DOS INFERNOS!
-Caralho de mosquito DOS INFERNOS!
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