Andarilho nº1

Atual estadia: vila da Floresta Amarela.
Dia: 003
Missão: Reconhecimento

  Aqui estou na vila da Floresta Amarela, um vila um tanto rústica. Essa vila é composta por casa de madeira circulares, e as ruas são os espaços deixados entre elas. As muralhas que limitam essa vila tem a forma de um losango arredondado nas pontas laterais, como um olho. Seus portões, Dia e Noite, estão nas extremidades leste e oeste.
  Essa vila é cortada por um rio e seus dois afluentes, que nascem dentro da vila. O Pai e seus dois filhos, como são chamados, proveem boa parte da alimentação local. Eles são fonte de um dos peixes mais coloridos que já vi. Eles tem uma coloração extremamente diversificada, e, quanto mais viva é a cor do peixe, mais vivo é seu sabor. Seu habitat mais comum é o Filho Menor, onde a correnteza é mais intensa e o volume, menor. O Filho Maior, por outro lado, é o principal canal ao Mar de Todos. É por ele que os florestinos amarelos fazem seu comércio.
  O povo aqui é unido, a cultura aqui rica. Eles tem diversos festivais e um grande amor pela arte, exclusivamente pela pintura.  Artistas ganham apoio, porém os mais incentivados são os inventores. Eles tem uma maquinaria incrível. Aparentam ter recursos suficientes para darem o Próximo Passo. Digo isso, pois já vi outros povos, e poucos criaram tanta tecnologia. O P.P. -Próximo Passo- é sempre o próximo avanço na tecnologia, que foi sempre pregado pelo Visionários - sábios já mortos que conheciam o segredo do universo.

Notas:
  Por hoje, procuro apenas uma estalagem. Amanhã, um trabalho temporário. E não posso esquecer: Aqui, meu nome é John. Espero aqui encontrar alguma dica da relíquia.

Post nº 1

 O primeiro passo é o mais difícil, eu ouvi falar. Eu concordo com a afirmação. Não há nada mais aterrorizante ao homem do que  lançar-se ao vazio do novo, do desconhecido e do risco. Eu falo isso por experiência própria, afinal eu sou um ser humano. Quem melhor para falar de experiências humanas do que humanos? Eu digo isso dessa forma, no geral, pois todos passamos pelos mesmos obstáculos.
 A mãe separada que acabou de ver seus filhos saindo de casa. Ela deu grande parte de sua vida por eles, e agora eles começaram a sua própria. O garoto envergonhado que deseja se declarar para a menina bonita da sala dele. O rapaz sem um modelo paterno, que acabou o colégio e agora tem que decidir a própria vida. A aspirante a escritora que enfrenta a batalha épica da primeira página em branco.
 Todos nós encaramos essa etapa, a qual Joseph Campbell nomeia de um chamado para aventura em seu livro "O heroi de mil faces", e nos deparamos com nosso maior medo, desde os nossos ancestrais aos nascidos hoje: O medo do desconhecido. Esse demônio pessoal da raça humana, que também é nosso anjo em divinos momentos onde nossa vida estava por um fio, impede o crescimento e desenvolvimento de cada um de nós. Antigamente, o bom combate era travado no momento em que o desbravador lançava-se ao oceano misterioso e voluntarioso. Hoje em dia, o bom combate é travado entre o homem e seu demônio.
 O bom combate deve ser travado. Não importa se perdemos. Não faz diferença se ganhamos. Travamos o bom combate porque assim fomos designados a fazer. O homem foi destinado a quebrar suas próprias barreiras, apenas para entretenimento do Universo. Combatemos o suficiente irmãos, e receberemos a recompensa, que não são ouro, louros ou tempo de vida. Recebemos do bom combate o bom combate.