Lixo

É irritante. Eu não escrevo histórias ou filosofia: Eu escrevo meus pensamentos.Os ponho no papel, os discorro pela tela, faço-os brotar do branco disponível a mim, gravando minhas palavras para a eternidade. É engraçado como eu posso alcançar milhares de pessoas e passa-las meus pensamentos. Quanto desejaram, e não puderam. Quantos agora podem, mas não desejam. Escrevo meus pensamentos e isso é frustante, pois o que sai deles são apenas jogos de palavras e esgoto emocional. Peço perdão a você, querido leitor, que se dispõe a ler o que eu considero lixo. Ou não, nunca se sabe. O lixo de um é o tesouro de outro, dizia o ditado, redundantemente. Dos meus pensamentos saem as coisas que gosto, as visões distorcidas, os valores corrompidos, as perversões que minha alma anseia. Dos meus pensamentos são confissões egoístas, que não dão valor ao seu tempo e energia. Por isso, perdão. Escrever é minha terapia, e dividir minhas escrita é minha vaidade. Peço perdão não pela terapia, mas pela vaidade. O rico não entra no reinos céus, a vaidade não permite. Mas, ainda
sim a tenho. Qual seria graça da vida sem minha parte humana? E o que seria da parte humana sem a vaidade? Meu coração está repleto de desejos detestáveis e repulsivos, mas não tenho vergonha deles, não senhor. Ou então, eu não estaria dividindo esse texto. Mas, ainda sim, fico irritado comigo mesmo por fazê-lo perder seu tempo com minha vaidade. Não escrevo romances, ciências ou filosofia. Só escrevo lixo emocional em forma de palavras, jogado na lixeira emocional do branco de escrever.