O que vejo agora:

Um notebook. Duas garrafas. Uma tigela.
Um notebook. Duas garrafas. Uma tigela.
Soa como um mantra. Sua sonoridade é deliciante, vista que não existe qualquer voz humana ao meu redor. A minha se torna um consolo. A falta de compania é excrucitante.
Um notebook. Duas garrafas. Uma tigela.
Nunca fui muito fã de pessoas, nem entendi o porquê. Talvlez fosse as experiências de bullying, talvez a convicção de que pessoas simplesmente são irritantes. Hipócritas, egocêntricas, egoístas. Do mesmo jeito que sou. Isso não me faz duas vezes hipócrita?
Um notebook. Duas garrafas. Uma tigela.
Eles dizem que seres humanos são animais sociais. Hoje em dia eu concordo, antigamente eu me consideraria um E.T. Hoje eu entendo o que é solidão, antigamente eu estaria rindo de barriga cheia. Eu seria aquele pobre que vive falando mal dos ricos. Hoje eu tento ser um emergente.
Nunca tinha entendido o motivo de pessoas colocarem os amigos em alto patamar. Talvez eu ainda não tivesse um. "Mas pessoas são complicadas", eu argumentaria," vale a pena tanto esforço?" Hoje, eu sei: vale sim.
Um notebook. Duas garrafas. Uma tigela.
Isso é tudo o que tenho. E eles ainda nem são grande coisa: São sucrilhos, água e uma maneira de esconder minha ansiedade social. Não acho que seja o único, mas como vou saber. Afinal, quem mais eu tenho para dividir isso?
Um notebook. Duas garrafas. Uma tigela.